domingo, 25 de agosto de 2013

Travessia Honório Bicalho x Conceição do Rio Acima (Final)

     
     Parte final da travessia realizada na região da Serra do Gandarela, em solitário. Clique aqui para ler a primeira parte.

Dia 3: Rumo a Vigário da Vara

     Acordei por volta das 7:30h, enrolei um pouco e levantei por volta das 8h. O céu estava encoberto por nuvens, e um vento gélido circulava pela mata. Após tomar café e arrumar as coisas, segui pela trilha. Primeiro passei pelo riacho e logo à frente me deparei com um mar de formigas. Era uns 5m de trilha totalmente encoberto pelas bichinhas. Passei rápido, pra não dar tempo delas subirem em mim. Esse trecho era plano, e pouco depois cheguei em uma estrada. Nesse ponto tomei à direita, sentido sul. Iniciei a subida deixando o colo do vale.


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Travessia Honório Bicalho x Conceição do Rio Acima


A Serra do Gandarela


     A Serra do Gandarela faz parte da grandiosa Serra do Espinhaço, e está localizada à aproximadamente 40km de BH. Ela se estende pelos municípios de Barão de Cocais, Santa Barbara, Itabirito, Rio Acima e Caeté, e é limitada pela Serra do Caraça ao leste e Serra da Piedade ao norte. A Gandarela é adornada por centenas de nascentes, muita mata atlântica, campos rupestre e de altitude, além de diversas cavernas e cachoeiras. 

Mapa da região, incluindo a travessia (linha rosa).  

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Travessia da Serra Fina - Parte II



Travessia da Serra Fina, solo - Final


     Segunda e última parte do relato. Para ler a Parte I (clique aqui)

DIA 3: Pico dos 3 Estados

     Acordei por volta das 5:40h, antes do sol. O céu ainda estava perfeitamente límpido, ligeiramente azul com uma borda laranja, de onde em poucos minutos emergiu o astro rei, que inaugurou o dia. Após várias fotos, tomei café a arrumei minha mochila. Era hora de despedir da Pedra da Mina e descer para o Vale o Ruah. Por volta das 9h iniciei o percurso.

     A descida é acentuada, e o tempo todo você é contemplado com a visão do Vale. De longe, parece que o vale e recoberto por uma graminha baixa, mas chegando um pouco mais próximo, pode-se ver que trata-se de capim elefante. Bem ao fundo, é possível ver o tímido Rio Verde fazendo curvas suaves vale a dentro.

Vale do Ruah.
 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Travessia da Serra Fina - Parte I



Travessia da Serra Fina, solo.


     Já fazia algum tempo que eu ouvia falar da Travessia da Serra Fina, considerada a “mais difícil do Brasil”, fiquei intrigado com esse “título” e resolvi conferir de perto.

     Após algumas pesquisas descobri que a Serra Fina, na verdade, é um lugar “badalado”. E que em feriados, verdadeiras procissões cruzam suas cristas. Além disso, vi pessoas reclamando que agências de turismo estavam monopolizando os pontos de camping, como? Contratando carregadores (sherpas) que corriam na frente e reservavam os melhores lugares. Diante disso, tinha que evitar feriados, mas como conseguir 4 dias livres fora de feriado? A oportunidade veio a surgir no feriado de 7 de setembro de 2010, que caiu numa terça. Daria tempo suficiente pra completar a travessia, eu e mais 1037 pessoas. Felizmente, dessa vez eu tinha alguma flexibilidade, e poderia sair um dia antes, na quinta à noite (dia 2).

     Para a navegação pela serra, levei carta topográfica e bússola. Imprimi, em papel A4,  trechos da carta com um esboço do trajeto.

     Na quinta-feira a tarde cheguei em casa e comecei a arrumar a mochila, ainda faltava algumas coisas pra comprar. Quando terminei de arrumar a mochila já era mais de 21h. Detalhe, ainda não tinha comprado passagem. A única coisa que eu sabia é que o ônibus saia as 23h. Bem, essa é uma das vantagens de fazer as coisas solo, tudo que você faz de errado, só afeta você mesmo. Joguei a cargueira nas costas e segui para o ponto de ônibus. Aí já foram uns 20 minutos esperando o ônibus e mais uns 20 até a rodoviária. E lá estava eu numa fila gigante no guichê da viação Gardênia.

     Já passavam das 22h e ainda tinha umas 7 pessoas na minha frente. Eis que ouço a vendedora dizendo: “pra São Lourenço só tem mais 3”. Nóoooo, momentos de tensão. Até que chegou a minha vez, e eu consegui comprar a passagem!! A aventura começou cedo, pensei, hauahaua.

     A previsão de chegada a São Lourenço era as 5:20h, e 5:10h tinha o primeiro ônibus pra Passa Quatro. Por sorte, cheguei as 5h e já embarquei 10 minutos depois.

     Finalmente, por volta das 7h, cheguei em Passa Quatro. Primeiramente fui a padaria e tomei um café reforçado, depois fui a procura de transporte até a Toca do Lobo. Conversei com o pessoal do posto de gasolina próximo à padaria e eles tentaram, sem sucesso, contatar algumas pessoas que faziam o trajeto. Depois de mais de duas horas de tentativa, decidi que teria que seguir a pé, pois já estava ficando muito tarde. Segui até a BR, pois a estrada para a Toca ficava do outro lado. Enquanto comia uma barra de cereais e batia fotos, chegou um motoqueiro, ele disse que o pessoal do posto tinha ligado para ele. Negociamos um valor (R$ 40,00), e seguimos até a Toca do Lobo, bem no início da trilha.

Croqui da travessia. Trajeto de aproximadamente 48 km.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Chapada Diamantina - Parte IV



Travessia da Fumaça + Vale do Capão.


    Quarta parte da aventura solo pela Chapada Diamantina, realizada entre os dias 7 de janeiro e 10 de fevereiro de 2011. A navegação pelas trilhas foi feita utilizando apenas o mapa “trilhas e caminhos” e bússola.



Dia 22: Travessia da Fumaça - Avante pela traiçoeira Serra do Veneno


     Pela manhã o dia estava bem agradável, com sol tímido entre as nuvens e o vento leve arrastando algumas folhas pelo chão, enquanto sanhaços se fartavam com deliciosas mangas que caíram do pé durante a noite. Enquanto eu fazia meu café, chegou uma família enorme no camping, trazendo cachorro papagaio o que mais tinha direito. O som do vento e da água do rio Lençóis foi substituído por gritaria e caos, mas tudo bem, eu que estava no lugar errado. Desmontei a barraca, arrumei mochila e fui em direção ao centro pra fazer as compras finais. Durante a caminhada pelas ruelas, fitava os ornamentos das casas e me despedia daquela bela cidade.

     Depois de tudo pronto, segui em direção ao Ribeirão do Meio pela mesma trilha que usei quando fui a cachoeira do Sossego. No caminho, passei por um quiosque e peguei algumas dicas. Deveria atravessar o Ribeirão em algum ponto e iniciar a subida da famosa Serra do Veneno. Essa parte é muito confusa e não é muito claro onde se atravessa, muito menos onde inicia a trilha. Atravessei onde dava, acima da “Rala bunda” e então comecei a investigar as trilhas. Existia mais de uma, e muitas vezes são imperceptíveis devido à lajes de pedra. Provavelmente não era o início “tradicional”, mas não podia perder o muito tempo procurando. Meio desconfiado, segui atentamente por aquelas lajes, sempre subindo. A trilha estava sutíl demais pra ser a principal, mas o que importava era que estava na direção correta.


Quiosque.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Travessia do Canyon do Travessão, ponta-a-ponta.

      O canyon do Travessão está localizado no Parque Nacional da Serra do Cipó. Trata-se de uma enorme “fenda” que rasga a Serra do Espinhaço na direção leste-oeste. Na mediana do canyon existe uma porção mais alta, que é o divisor natural das bacias dos rios São Francisco e Doce. Como nesse ponto é possível atravessar o canyon na direção norte-sul, ficou conhecido como Travessão, explicando assim a origem do nome do canyon. O acesso ao Travessão é relativamente simples, através de uma trilha de cerca de 9km a partir do alto da serra. No entanto, cruzar toda a extensão do canyon é tarefa árdua e perigosa, como será relatado a seguir.

Esboço grosseiro da travessia, (meramente ilustrativo)

sábado, 18 de junho de 2011

Chapada Diamantina - Parte III


Circuito Mixila x Vinte Um

      Terceira parte da aventura solo pela Chapada Diamantina, realizada entre os dias 7 de janeiro e 10 de fevereiro de 2011. A navegação pelas trilhas foi feita utilizando apenas o mapa “trilhas e caminhos” e bússola. 

Dia 16: Cachoeira do Sossego.


      No dia anterior o tempo havia fechado, e desde então a ameaça de chuva era uma constante. Essa manhã não foi diferente, amanheceu com chuva fina e grande nebulosidade. Ainda assim, preparei tudo para a trilha, e um pouco mais tarde o sol apareceu. Mais uma vez, fui perguntando até encontrar o início da trilha. Por volta de 10h iniciei a caminhada, que tem sua parte inicial calçada por pedras e ladeada por cercas. No caminho passei por um quiosque, onde peguei mais algumas informações. Continuando “reto” pela trilha, chega-se ao Ribeirão do Meio, para ir para o Sossego deve-se pegar uma bifurcação a direita. Após tomar a direita e andar uns 3mim, resolvi voltar e conhecer o Ribeirão do Meio primeiro. Quando cheguei na bifurcação novamente, tinha uma mulher urinando exatamente na bifurcação, isso me deixou irritado, não custava nada andar uns 10m pra fora da trilha, evitando o mal cheiro naquele ponto, além do constrangimento.

      As 10:30h já estava no Ribeirão do Meio, é um lugar agradável, com um “escorrega” natural e um poço de tamanho razoável. Por ser perto, tem elementos “farofísticos”, como tiozinhos vendendo “churrasquim de gato” e cerveja. Bati algumas fotos e já segui em direção a Sossego. Como não queria voltar até a bifurcação, segui uma trilha “alternativa” na direção que eu desejava. Essa primeira parte da trilha é mais afastada do rio e em alguns trechos é possível ver grande parte do vale. Depois de 40mim por essa trilha, cheguei numa barraquinha abandonada na margem do rio, a partir daí segui alternando entre pula-pedras e trilhas nas margens, ora pela direita ora pela esquerda. O leito do rio tem muitas pedras grandes, facilitando assim andar pelo mesmo. O curioso é que algumas dessas pedras possuem furos circulares na horizontal, atravessando de um lado para o outro. Em um dos trechos, na margem esquerda, tem uma bifurcação de onde sai uma trilha perpendicular ao rio, fiquei curioso quanto a trilha mas segui em frente. Essa parte é bem íngreme e deve-se ficar atento ao ponto de voltar ao rio, já que a trilha segue direto. Mais a frente as margens se inclinam ainda mais, tornando-se paredões que dão início a um canyon, essa parte final é a mais bonita, já que os paredões são estratificados e com a vegetação saindo pelas fendas.

Escorrega, no Ribeirão do Meio.